quarta-feira, janeiro 31, 2007

Hei-de ser alguém na vida
Alguém com sucesso
E não o que dizem muitas pessoas
Com um retrocesso
Tenho pena que não confiem em mim
E me queiram desanimar
Vou conseguir até ao fim
Vou conseguir alcançar
Este meu sonho do qual me tentam acordar
Do qual me tentam dissuadir.

Este mundo é tudo o que quero
E tudo o que preciso
Para mostrar o que valho
No meu futuro indeciso
Vou mostrar que sou alguém
Com potencial
Para fazer milagres
E ainda algo genial.

Tentam-me desviar
Do meu futuro perfeito
Vocês não sabem
Que ele está definido por defeito?
Não me venham com mentiras
Que é para meu bem
Não acredito nisso
Nem nunca acreditei
Apenas querem o melhor para vocês
O mais conveniente.

Não sou criado de ninguém
Nem nunca o serei
Hás-de lembrar-te do dia
Em que te espezinharei
Só sou filho para o que interessa
E só me pões defeitos
Digo-te desde já
Que somos todos imperfeitos
Olha bem para ti
Tens uma doença
Não queres acreditar
E ainda me falas em crença.

Cambada de falsos
Que vocês são
O que criam dentro de vós
É apenas ilusão.
Manhosos
Com as suas mentiras
Manhosos
Que não têm o que fazer da vida
Fazem da vida
Aquilo que não é
Fazem-se passar
Por quem não são.

Queres mudar de vida
Até acho bem
Decidiste isso agora
Porque assim te convém
Deitas abaixo
Obstáculos no caminho
É pena que não me dês
O meu merecido carinho.

Ronacris

terça-feira, janeiro 30, 2007

A turma TIM

Amigo é aquela pessoa que o tempo não apaga,
que a distância não esquece,
que a maldade não destrói.
É um sentimento que vem de longe,
que ganha lugar no teu coração
e não substituis por nada.

É alguém que sentes presente,
mesmo quando está longe...
Acompanha-te quando estás sozinho
e nunca nega um sentimento sincero.

Ser amigo não é coisa de um dia,
são actos, palavras e atitudes
que se solidificam no tempo e não se apagam mais.
Que ficam para sempre como tudo que é feito
com o coração aberto.
Helder, TIM

Moral, anarquismo e ateísmo

A liberdade e a felicidade mais não são que dois conceitos tornados impossíveis pelas religiões e outras situações de totalitarismo. A liberdade Humana define, por si só, despreendimento de ideais de massas associados a alienações mentais. A vontade de escolher, ou heresia como definição Católica, supõe o fim dos carácteres de obrigatoriedade e o fim de conceitos religiosos. Levar essa liberdade até aos campos da felicidade em mais se afirma como único meio de combate à religiosidade. A felicidade alcançada pelas vivências de um ser Humano, que mais não é que ele próprio, pressupõe essa liberdade de escolha, ou essa heresia, ou tão somente liberdade. A busca dos conceitos de felicidade é um falso objectivo promovido pelas religiões, pois não assenta no alicerce máximo, a liberdade. Passa por cima e aglomera individualidades ao homogéneo pensamento grupal. Sem espaços para ser aquilo que se é, a felicidade é impossível, ainda que por vezes vista erradamente como presente. Assim sendo não é desfrutada, mesmo sendo de carácter moral procurá-la. A nossa e a dos outros por causa efeito. A liberdade de pensar e ser aquilo que se quiser mediante o respeito moral e não obrigatório pelos outros. A moral aprima a postura Humana como ser pensante e tolerante. A obrigatoriedade conduz ao rompimento por pura vontade de ser livre.
Também a desigualdade económica induz problemas sérios a esses conceitos morais, à liberdade e à felicidade. O livre-arbítrio individual inexiste em proporções dignificantes. A existência de riqueza conduz à decadência de moralidade e de existência saudável psicológica. A alienação material, causada pelo luxo, retira as bases Humanas fundadas na necessidade e sobrevivência individual e da espécie. A mente atormentada pelo luxo, alienada pelo materialismo, e corrompida pelo prazer do poder de poder, navega no vácuo imenso da irresponsabilidade Humana, da degeneração moral e da decadência como ser Humano. A pobreza é o reflexo. A riqueza de poucos será a pobreza de muitos. As necessidades insatisfeitas e a sobrevivência, dificultada ou mesmo impossibilitada, acarreta um conjunto imenso de factores de decadência física e mental pela incapacidade de subsistência. Males que provocam o desespero e a ira de não se conseguir a dignidade de ser. A propagação dos negativismos da riqueza e da pobreza, e discrepâncias a elas associadas, reflectir-se-ão em toda uma sociedade. E nas circundantes.
Uma igualdade trará uma sociedade saudável assente nos pressupostos Humanos básicos de liberdade e correspondente felicidade que acarretará, por consequência, todos os factores Humanos dignos, numa forma de moralidade por igualdade.
A igualdade não se poderá manifestar por um carácter de obrigatoriedade, mas sim pelo carácter de moralidade. Daí surgirão, então, as liberdades de escolha e consequente felicidade pela exaltação das características intelectuais e criativas individuais.
Esses requisitos morais iniciam e garantem a liberdade do indivíduo e da espécie, uma liberdade de observações, de experiências, de constatação de factos, uma liberdade para a vida cheia de força e criatividade. O desenvolvimento máximo das capacidades individuais e, consequentemente, o desenvolvimento máximo das capacidades da espécie.
Vejamos agora as interacções entre indivíduos. Aqui, pelos parâmetros morais, definir-se-ão mutualismos, utilizando instinto de solidariedade. Tanto nas relações inter-indivíduos, como inter-sociedades. Esse mutualismo poderá ser, mediante a força dos alicerces que possuir, transformado em simbiose. O carácter organizacional comportará a não-hierarquização de forma a suprimir as tendências de produções para a riqueza e consequente desigualdade. A auto-organização natural poderá gerir saudavelmente esse factor. A inexistência de uma autoridade de obrigações e sanções acarretará a saudável harmonia de produtividade e liberdade.
Qual será a qualidade de ser que atribuirá o conceito de moral? O Ateísmo. Quando atitudes hediondas de homofobia, genocídio, sexismo, parasitismo e alienação não podem ser desculpadas por um ente inexistente, seja ele deus, allah, zeus, apollo, anúbis, ou qualquer outro ser imaginário, serão então indesculpáveis por uma sociedade saudável, verdadeira e moralista. Mas se a base de percepção da realidade for real, não existirá então a conduta imoral apoiada por deuses. Se deuses não repudiam a imoralidade, repudia-a a sociedade. Mas se esses deuses imorais inexistirem nas psicologias individuais, as acções de imoralidade prosseguirão? A moral adquirida. A Vida privilegiada. A Fraternidade finalmente alcançada...
Bruno Resende (DAI)

“A alegria encontra-se no fundo de todas as coisas, mas a cada qual corresponde extraí-la.”
Marco Aurélio

Dezembro.
Lá fora o frio percorria os meandros portuenses.
O fim de ano aproximava-se mas resquícios de Natal ainda empoeiravam o ar gélido.
CESAE.
Preparava-se o evento da tarde e os nervos teimavam em arruinar a boa disposição naquela manhã azulada.
De mochilas às costas e almas prestáveis, os jovens amontoavam-se nas salas onde estava previsto tudo acontecer. No entanto, as teias de aranha tecnológicas impediram a realização do evento naquele local e eles rumaram para outra sala, que os acolheu com um sorriso luminoso e quente.
Uns escondiam-se por detrás de ecrãs mágicos, fervilhando de ideias mirabolantes. Outros espanavam panos pretos enormes nas varandas do CESAE, fazendo depois uns malabarismos, em cima de mesas e cadeiras periclitantes da sala grande, de forma a impedir a invasão solar naquela sala afável. Outros ainda ensaiavam uma peça de teatro, deambulando pela sala de olhares esgazeados. Outros jovens experimentavam sons, vozes, batidas, ritmos, enquanto uma assistência crítica lhes ia sussurrando conselhos amigos.
14.30h.
Momento da verdade.
Escuridão nos bastidores. O pano sobe.
A música assolava-lhes os corpos maquilhados de uma segurança imposta. Na tela, uma explosão colorida de imagens pintava-lhes as palavras que se espraiavam pela audiência atenta.
Uma insistência solar rasgava o pano negro penetrando na sala. A ovação estourou. A sala esvaziou e um rasto perfumado de elogios ficou a pairar no ar.

“Vale a pena repetir muitas vezes as coisas belas.”

Platão

Teresa Garcia

terça-feira, janeiro 16, 2007

Tertúlia Poética



No passado dia 27 de Dezembro pelas 14.30, realizou-se uma tertúlia poética no Cesae do Porto. Esta tertúlia, organizada pela formadora de português, Teresa Garcia, e com a participação da mesma e de alguns formandos, consistiu na declamação de poemas de diversos autores e de autoria dos formandos, tais como, Fernando Pessoa, José Régio, Florbela Espanca, entre outros.
A sala, onde foi realizado o evento, estava decorada com um tecido vermelho colocado no chão e com algumas velas criando um ambiente quente, apropriado ao que se iria passar, e com passagem em tela de alguns slides com uma breve biografia dos poetas.
Para além das declamações dos vários poemas, acompanhados por música, destacou-se o poema inicial, declamado pelo formando Rafael, que foi cantado em rap e no final uma peça de teatro, com a participação dos formandos Sara, Rúdi, Cláudia e Helder da turma TIM. No fim do evento realizou-se uma pequena troca de prendas trazidas pelos formandos e formadores.
As opiniões foram diversas e as críticas positivas. De entre as várias pessoas presentes na sala falei com a formadora Carla Almeida que me disse que tinha achado “ muito engraçado e criativo”, com a coordenadora do Cesae que me confessou “ que excederam as expectativas e que estavam todos de parabéns” e ainda com mais três formandos onde a opinião geral foi de que gostaram e que “eventos como este se deviam voltar a repetir”.



Andreia Oliveira (texto, TPS)
Paulo Barbosa (fotos, TPS)
Gonçalo Silva (fotos, IGR)